ESPORTE SERRA

PARCERIAS E APOSTAS: ENTENDA COMO O JUVENTUDE COMEÇA A ENTRAR EM UM NOVO MERCADO DE ATLETAS PARA SUPORTAR A SÉRIE A

11 MAI 2021
11 de Maio de 2021
O Juventude voltou para a Série A do Campeonato Brasileiro depois de 13 anos. No entanto, há enormes diferenças no mercado do futebol brasileiro desde a última passagem alviverde pela elite do futebol brasileiro. Em pouco mais de uma década, a realidade financeira mudou completamente e o próprio Juventude de 2007 ficou diferente do atual.
Com uma das menores receitas dentre os 20 times do Brasileirão, o Juventude só conseguiu entrar no mercado para contratações de alto nível no momento que teve acesso à primeira parcela da cota de TV. Aí já está a primeira diferença para equipes que mantiveram o elenco de Série A do ano passado (caso dos grandes, como a dupla Gre-Nal) e até mesmo de clubes de mesmo porte, como o Cuiabá, que graças ao aporte financeiro que recebe do patrocinador já montou seu novo time para a disputa do Estadual, antecipando o encaixe de time.
Depois de disputar o Gauchão com orçamento modesto, parecido com o do ano passado, o Juventude passou a buscar os reforços para qualificar o time para a Série A. Com teto salarial que não ultrapassa os 30 mil dólares mensais (157 mil reais), o Juventude sofre nas disputas por atletas.
Em entrevista recente à Esporte Serra, o executivo de futebol alviverde, Marcelo Barbarotti, revelou e lamentou o fato do Juventude perder negociações para qualquer adversário da Série A.
Diante desta realidade, o clube passou a intensificar a busca por parcerias com empresários e clubes. Com a saída da LA Sports, antiga parceira, o clube ampliou o leque de contatos. Foi assim que chegou ao nome de Chico, por exemplo.
Outra alternativa são os empréstimos de jogadores que não estão sendo aproveitados em grandes clubes. Nestes moldes, o Juventude trouxe Matheus Jesus, Wescley e Fernando Pacheco. Michel Macedo também já não atuaria pelo Corinthians.
Para as maiores contratações da temporada, as parcerias são ainda mais importantes. É o caso da negociação do jovem goleiro Ivan, da Ponte Preta. O clube paulista não abre mão de vender o atleta. Ele chegou a negociar com Grêmio, Flamengo e Bahia, mas a lesão no punho que o afastou do início da temporada impediu o acerto. Convocado para a Seleção nas temporadas passadas, Ivan é um ativo importante para a saúde financeira da Ponte Preta e a vinda dele para o Juventude depende da compra dos direitos econômicos, algo que o Juventude só conseguirá com auxílio de investidores.
Já a contratação do centroavante argentino Nicolás Brandi é ainda mais complicada e depende da capacidade de persuasão de agentes intermediários parceiros do clube.
O Juventude teve interesse no atleta e foi ao jogador por meio de dois agentes brasileiros que fazem a intermediação com o empresário do atleta e com o Colo-Colo, que tem interesse em repassar o atleta para o mercado brasileiro, em função do alto salário, que chega a pouco menos de 50 mil dólares por mês.
No dia 23 de março, o Juventude fez uma proposta oficial para dividir o pagamento do salário com o clube chileno. O documento enviado pelo Juventude firma compromisso de 25 mil dólares mensais para o contrato até 31/12/2021. O Colo-Colo até concordaria em pagar um pouco mais, atendendo o que o Juventude oferece. No entanto, a proposta alviverde não agradou ao empresário do atleta no primeiro momento.
Nos últimos dias, houve uma reaproximação entre as partes e o negócio voltou a ser tratado, mas o acerto ainda depende das conversas. Blandi se recuperou de lesão e entrou no segundo tempo do jogo do Colo-Colo contra o Palestino no domingo passado (9).
Desta forma, utilizando a vitrine da Série A e dividindo salários com clubes de origem, o Juventude imagina conseguir qualificar seu elenco, ao mesmo tempo em que investe nas reformas no Alfredo Jaconi, algumas exigidas pela CBF como condição básica para participação na Série A.
A ideia da direção é anunciar nos próximos dias, além do goleiro e do centroavante, mais dois zagueiros e outro atacante de lado. Mais contratações serão feitas de acordo com as avaliações e por negócios de ocasião, que tendem a ocorrer mediante o desempenho do clube ao longo da competição.
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